A maior tragédia climática da história do Rio Grande do Sul causou inundações que afetam cerca de 80% do Estado e contribuem para a disseminação de diversas doenças. O contato com a água de rios e córregos contaminados pode levar à proliferação de enfermidades, como hepatite A, diarreias, infecções de pele e leptospirose. Por esse motivo, a Unimed Nordeste-RS recomenda que as pessoas afetadas pelas enchentes fiquem atentas a sintomas como febre, mal-estar e dores de cabeça e no corpo.

 


Entre as enfermidades mais comuns decorrentes do contato com água contaminada, está a leptospirose

 

A médica infectologista do Controle de Infecção Hospitalar (CIH) do Complexo Hospitalar Unimed na Serra Gaúcha, Dra. Joana de Souza Sanchotene Moschen, enfatiza que o contato com a água contaminada traz preocupações de saúde pública. Ela reforça que os sintomas podem demorar semanas para serem amenizados e que, por isso, é preciso buscar tratamento adequado o mais breve possível. 

 

“Cada doença possui um tratamento específico e individualizado. Dessa forma, se o paciente começar a sentir alguns dos sintomas deve procurar ajuda médica imediatamente”, esclarece.

 

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Entre as enfermidades mais comuns decorrentes do contato com água contaminada, está a leptospirose, uma doença infecciosa, que causa febre alta e é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais, especialmente ratos. O contágio pode ocorrer a partir da pele com lesões ou mesmo em pele íntegra se imersa por longos períodos na água contaminada, ou também pelas mucosas. O surgimento dos sintomas varia entre um e 30 dias, mas geralmente são manifestados de sete a 14 dias após o contato com a água.

 

Cuidados básicos e essenciais

 

Para as pessoas que já estão em locais seguros, como abrigos, casas de familiares ou amigos, mas ainda sem fornecimento de água potável, orienta-se evitar a ingestão de água imprópria. No entanto, caso não seja possível, a indicação é ferver antes do consumo ou adicionar 2 gotas de água sanitária pura (hipoclorito de sódio a 2,5%) a cada litro.

 

Além disso, se possível, não ficar submerso na água por mais de 15 minutos, e, em situações que demandem contato com áreas inundadas, usar roupas que cubram todas as partes da pele (calças, botas, luvas). Também é fundamental lavar as mãos frequentemente com água e sabão, mesmo que não seja água potável, e evitar tocar o rosto, especialmente os olhos, nariz e boca, com as mãos sujas.