Envelhecer é uma parte natural da vida, e essa fase pode ser repleta de novas descobertas e realizações. Nesta terça-feira (1º), é celebrado o Dia Nacional do Idoso e a Unimed Serra Gaúcha convida à reflexão sobre práticas que promovem um envelhecimento saudável. Segundo o último censo do IBGE, divulgado em 2022, a população com mais de 60 anos no Brasil quase dobrou em 12 anos, subindo de 8,7% para 15,6%. Com o aumento da longevidade, garantir a qualidade de vida e a autonomia na terceira idade se tornou uma necessidade cada vez mais presente.
O médico geriatra cooperado da Unimed Serra Gaúcha Dr. Dener Lizot Rech explica que envelhecer com qualidade não se limita à ausência de doenças, mas envolve o cuidado com o corpo e a mente, ao longo de todas as fases da vida.
“Envelhecimento saudável significa envelhecer com autonomia e independência sobre as nossas ações. Por isso, é necessário preservar a nossa saúde física, cognitiva e mental. Fatores biológicos, genéticos, ambientais e comportamentais influenciam no processo do envelhecimento. Algumas variáveis sobre as quais podemos intervir ao longo da vida são, por exemplo, não se expor a toxinas como álcool, drogas e também minimizar a exposição à poluição. Agora, estamos vivendo uma situação de queimadas, então isso também acaba repercutindo na saúde", explica Dr. Dener.
O médico geriatra da Unimed Serra Gaúcha reforça que a longevidade está atrelada às escolhas diárias. Segundo o especialista, fatores genéticos representam 30% de como será o envelhecimento, mas ter hábitos saudáveis pode mitigar doenças em idosos com pré-disposições.
Dr. Dener salienta que a prática regular de atividades físicas adaptadas à idade é essencial para manter a qualidade de vida. Caminhadas, alongamento e até exercícios de musculação e resistência são recomendados para fortalecer os músculos, contribuindo na melhora da flexibilidade e da preservação da saúde cardiovascular.
“Eu costumo dizer que músculo é igual a vida, que é igual a independência no processo de envelhecimento. Temos que começar essa poupança muscular ainda quando jovens. Músculos fortes resultam em ossos fortes. Se o idoso não faz atividades físicas de força e não têm uma alimentação rica em proteínas, ele pode perder até 15% de massa muscular em 10 anos. E lembrando que fraturas por osteoporose é uma das maiores causas de mortes entre os idosos. Da mesma forma, exercícios aeróbicos, como caminhadas, são igualmente importantes para o fortalecimento cardiovascular”, exemplifica o geriatra.
Prevenção de doenças crônicas
Além dos exercícios físicos, manter uma alimentação equilibrada, com alimentos naturais não processados, é uma medida eficaz para combater doenças crônicas, como diabetes e hipertensão. Essas condições tendem a se manifestar com mais frequência acima dos 60 anos, dando indícios de um envelhecimento não saudável.
“A pressão arterial elevada e resistência insulínica são os mais importantes preditores biológicos de um envelhecimento malsucedido. A resistência insulínica é a base fisiopatológica para inúmeras condições crônico-degenerativas do envelhecimento. Muito além de diabetes, temos muitos casos de pacientes com fígado gorduroso, sarcopenia, que é a perda de massa muscular patológica, gota, doença de Alzheimer, entre outras enfermidades”, reforça Dr. Dener Lizot Rech.
Já para prevenir as doenças crônicas relacionadas ao sistema cognitivo, o médico geriatra cooperado da Unimed Serra Gaúcha recomenda a manutenção de atividades que estimulem o cérebro, como leitura, jogos de estratégia e aprendizado de novas habilidades. Ele cita ainda como exemplos as práticas de um instrumento musical e de atividades artísticas, além de momentos que promovem a socialização do idoso nos mais variados espaços.
“Manter a mente ativa é essencial para prevenir e retardar o declínio cognitivo. Sentir-se útil e ter propósito de vida, mesmo na velha idade, nos mantêm intelectualmente ativos. Além disso, é fundamental manter uma boa socialização. Estudos mostram que quanto menos pessoas a gente vê no dia a dia, maior a chance de desenvolver quadros demenciais”, afirma o especialista.
Avanço da ciência contribui na longevidade
O médico geriatra cooperado da Unimed Serra Gaúcha Dr. Dener Lizot Rech reforça que o segredo da longevidade está associado aos avanços na ciência aliados aos hábitos saudáveis do paciente.
“Se hoje a expectativa média de vida passa dos 80 anos, muito se deve aos avanços das ciências biológicas, entre elas a medicina. Nós temos excelentes medicamentos com impacto muito positivo para uma grande variedade de doenças. Mas, obviamente, achar que a gente vai tratar doenças crônicas, complexas, apenas com os medicamentos eu diria que é de uma inocência pueril. O uso das ciências aliado ao estilo de vida saudável, sem dúvida nenhuma, é a fórmula para maximizar as chances de viver muito e de viver bem”, finaliza.