Você sabia que atualmente cerca de 2,6 mil pessoas esperam por um transplante no Rio Grande do Sul? Dentro dessa lista estão pacientes que esperam por um coração, um fígado e outros órgãos que podem ser transplantados. E você pode ajudar a reduzir essa espera, basta avisar a sua família que deseja ser um doador. 

 

Qualquer pessoa pode ser doadora de órgãos. Esse processo pode acontecer após a morte com o consentimento da família ou em vida, já que alguns órgãos ou tecidos podem ser doados sem que isso afete a saúde do doador. 

 

Confira abaixo como você pode se tornar um doador e alguns mitos e verdades sobre esse processo: 

 

Como ser um doador

De forma geral, qualquer pessoa em vida ou que venha a morrer por morte encefálica* pode ser doadora. Porém, nesse último caso, para que isso ocorra, é muito importante deixar claro para a família que essa é a sua vontade, já que após o falecimento, é ela quem autoriza a doação dos órgãos ou tecidos. 

 

Na doação após a morte, quem autoriza o procedimento?

Podem autorizar a doação pessoas com o seguinte grau de parentesco:

  • Pais;
  • Filhos; 
  • Avós; 
  • Netos; 
  • Irmãos; 
  • Cônjuge (ou companheiro em união estável).

 

Que órgãos podem ser doados?

Podem ser doados o coração, pulmão, pâncreas, fígado, rins, intestino, córneas, vasos sanguíneos, ossos, pele, válvulas cardíacas ou tendões. Desses órgãos, podem ser doados em vida:

  • Órgãos duplos, como um rim; 
  • Uma parte de um órgão, como o fígado, o pâncreas ou pulmão. 
  • Uma parte de um tecido, como a medula óssea. 

É importante destacar que a Lei Brasileira não permite que a doação ainda em vida afete de maneira grave a saúde ou a qualidade de vida do doador.

 

Que doenças impedem a doação?

O procedimento não é indicado nos seguintes casos:

  • Insuficiência renal grave;
  • Insuficiência do fígado, coração ou pulmões; 
  • Câncer com metástase e doenças infecciosas e transmissíveis, como HIV, hepatite B, C ou doença de Chagas, por exemplo. 

Em casos de infecções graves por bactérias ou vírus e que atingiram a corrente sanguínea a doação de órgãos é contraindicada.

 

Confira outros mitos e verdades sobre a doação de órgãos e tecidos:

  • A doação de órgãos após a morte não viola o corpo do doador. Durante todo o procedimento a sua aparência física é preservada e respeitada em todos os termos clínicos e humanos;
  • Após a doação o corpo do doador pode ser velado ou cremado normalmente e não precisa de nenhum preparo especial;
  • A família do doador não precisa arcar com nenhum custo relacionado à doação;
  • A família não pode escolher quem será o receptor dos órgãos doados, mas certamente ele será fundamental na recuperação de algum paciente da lista de espera;
  • O transplante de órgãos é garantido a qualquer pessoa pelo Sistema Único de Saúde. Sendo a lista dos receptores gerenciada pela Central de Transplantes; 
  • Um dos fatores mais importantes é o princípio da gratuidade. Em hipótese alguma a doação pode ser influenciada por fatores econômicos; 
  • Um único doador pode ajudar a salvar a vida de pelo menos 10 pessoas que aguardam por um transplante de órgão ou tecido.            

 

Número de pacientes na lista de espera para doação de órgãos (RS)

Ativos em 09 de setembro de 2022

  • Coração – 12
  • Córnea – 1035
  • Fígado – 170
  • Pulmão – 74
  • Rim – 1312
  • Pâncreas – 1
  • Pâncreas/Rim – 5
  • Fígado/Rim – 7

Fonte: Secretaria da Saúde do RS.

 

Afinal, o que é morte encefálica?

É quando ocorre a morte de todas as partes do cérebro (encéfalo) de uma pessoa, incluindo o tronco cerebral que controla a respiração, os batimentos cardíacos e a temperatura do corpo. Após esse momento, as demais funções do corpo só conseguem ser mantidas de forma temporária e artificial, com o uso de aparelhos em uma unidade de tratamento intensivo (UTI). 

Do ponto de vista médico e legal, para que seja caracterizada a morte encefálica é necessário que se siga um protocolo estabelecido pela Lei nº 9.434 (que pode ser acessado na íntegra no site da Secretaria da Saúde do Estado). De forma geral, são realizados vários exames do paciente por ao menos dois médicos diferentes, além de um exame de documentação da morte, chamado exame complementar. Só após todo o protocolo ser seguido, é então constatada a morte encefálica.