A doação de órgãos é um dos temas que mais preocupam na área da Saúde. Seja por doenças crônicas, seja por condições imprevistas, decorrentes de acidentes, por exemplo, muitas pessoas se veem na espera por um transplante.

O Dia Nacional da Doação de Órgãos, comemorado em 27 de setembro, busca alertar sobre o tema: no Brasil, mais de 40 mil pessoas estão na fila de espera por um transplante, conforme levantamento da Associação Brasileira de Transplantes (ABTO). É como se fosse um estádio de futebol lotado. O Brasil ocupa a segunda posição entre os países que mais realizam transplantes – atrás apenas dos Estados Unidos.

Apesar de urgente, o tema ainda suscita muitos tabus. Devo avisar minha família? Apenas jovens podem doar órgãos? Abaixo, listamos cinco dos mitos mais comuns quando falamos sobre a doação de órgãos. Confira:


 

Não preciso avisar minha família que desejo ser um doador

MITO. A autorização da família (parentes de primeiro ou segundo grau ou cônjuges, na presença de duas testemunhas) é fundamental para realizar a vontade do doador. Conforme a lei brasileira, não há como garantir que isso vá ocorrer efetivamente, mas, na grande maioria dos casos, esse desejo é respeitado quando a família tem conhecimento dele.
A vontade do doador expressamente registrada também pode ser aceita, caso haja decisão judicial nesse sentido. Muitos casos, no entanto, nem chegam a essa esfera. Por isso, se você quer ser um doador, diálogo e informação são fundamentais. Avise sua família.

Todos os órgãos do corpo podem ser doados

MITO. A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) ou de tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). A doação de órgãos como rim, parte do fígado ou da medula óssea pode ser realizada ainda em vida.

Somente pessoas jovens podem doar

MITO. Podem ser doadores pessoas de 1 a 80 anos, desde que a equipe médica ateste que estão em condições para tal. Apesar disso, é preciso atenção: nem todos estão aptos à doação. Cada caso é avaliado pela equipe médica.

Morte encefálica é o mesmo que coma

MITO. A morte encefálica é uma situação clínica em que, devido a uma lesão irreversível do encéfalo, o paciente apresenta coma arreativo (sem reações), apneia e ausência de reflexos do tronco cerebral. Em resumo: ocorre a perda irreversível da consciência e da capacidade de respirar. Por isso, entende-se que os pacientes com morte encefálica estão aptos à doação de órgãos. Os familiares são avisados do início do protocolo e podem acompanhar a realização dos exames, sendo formalmente comunicados quando o diagnóstico da morte encefálica estiver completo.

O paciente só é capaz de doar para uma pessoa

MITO. Um doador pode salvar até oito pessoas. Na cirurgia, os órgãos e tecidos são removidos na seguinte sequência: coração e pulmões; fígado; pâncreas; rins; enxertos vasculares; e córnea, pele e outros tecidos. A retirada é realizada no bloco cirúrgico do hospital de referência e segue todas as rotinas de grandes cirurgias. Depois disso, os órgãos são transplantados para os primeiros pacientes compatíveis que estão aguardando em lista única da Central de Transplantes.

Agora que você já está informado sobre a doação de órgãos, não se esqueça: se quiser ser um doador, avise sua família. Sua doação pode salvar até oito vidas.